Pela cozinha brasileira. Esta é a tatuagem no espírito de Ana Luiza. Não afeita a modismos, faladeira e pesquisadora incansável, ela transmite em seu dia a dia o respeito às tradições culinárias e a valorização dos ingredientes e dos produtores região por região. Louca por mandioca e leitão à pururuca, a chef nunca entendeu porque se servia filé ao molho madeira ou porque o risoto se firmou como prato oficial de muita casa brasileira. Com esse tipo de indagação, embarcou em uma viagem sem fim. Ao longo de quase vinte anos descobriu personagens, receitas, histórias, ingredientes, festas e costumes das cozinhas locais; escreveu quatro livros (Brasil a gosto, Cardápios do Brasil e Misture a gosto); assinou mais de 50 menus; gravou Fominha, programa de televisão do GNT e, em breve, deve voltar aos estúdios com um projeto ainda secreto. Em 2006, Ana Luiza Trajano batalhava para inaugurar o Brasil a Gosto, um restaurante que resgatava uma comida pouco valorizada, que não possuía chefs famosos e nem se localizava em um endereço badalado. Uma década depois, Ana decidiu travar um novo embate: ampliou o papel dessa vitrine de aromas, produtos, saberes e sabores da cozinha brasileira convertendo a comedoria em um instituto.
O Instituto Brasil a Gosto (IBAG) é um instrumento de difusão da cultura e dos costumes nacionais por meio da gastronomia. Baseia-se em pesquisas teóricas e empíricas por todo o país. Sua missão é fomentar projetos que valorizem os ingredientes regionais e garantam sua acessibilidade ao público, afinal, cada um deles representa uma relação do homem com a natureza e reforça sua identidade cultural. Por meio do diálogo e da troca de experiências, o IBAG luta para que a autêntica cozinha brasileira, arraigada em técnicas, saberes e produtos, seja uma realidade nos fogões e nas mesas de todas as casas do país.