PEDAGOGIAS EM TRÂNSITO: ESTUDOS PARA UMA ECOLOGIA DE SABERES EM ARTE EDUCAÇÃO
Século XXI e as diversas linguagens que nos permeiam ainda não foram suficientemente discutidas em suas respectivas esferas. Nas suas atmosferas mais significativas e específicas. Em outras palavras: ainda há muitos resquícios de incompreensão face ao papel e objetivos de cada linguagem. Precisamos lembrar, acima de qualquer coisa, que cada linguagem possui suas limitações, assim como suas possibilidades. Todas as linguagens, isto é, a musical, a do cinema, a teatral e tantas outras que nos rodeiam deveriam ser consideradas sem hierarquia. Ressaltamos que todas as linguagens possuem um certo grau de débito em relação aos signos que as representam. Não existe linguagem perfeita e, muito menos, uma linguagem que consiga representar totalmente o seu objeto. Por isso conceitualmente uma linguagem representa, por si mesma, e não é a própria coisa. Mas aqui vem o papel da artes. Poucos se lembram disso. As artes, todas elas, possuem a enorme responsabilidade de suprir o débito existente entre o objeto e sua representação. Para que existe a poesia? A poesia existe para tornar aquilo que o poeta viu e sentiu mais próximo de nós. Por isso o poeta inventa novas formas. Novas estruturas. Uma luta desesperada para nos tornar mais próximos. Não existe arte, nenhuma delas, sem poesia. A linguagem teatral, como tão bem lembra Artaud, não deveria se submeter à habitual tirania da linguagem verbal. O teatro deve ter sua própria linguagem. Não basta pegar um texto verbal e imaginá-lo na linguagem teatral. A linguagem teatral exige o seu lugar no mundo das representações sígnicas. Eis uma das grandes questões em se tratando desta linguagem. Nessa medida, os textos desta coletânea buscam mostrar o grande sonho de Artaud, ou seja, tratar a linguagem teatral como tal. Veremos ao longo da leitura desta obra que existem projetos concretos de intervenção, de reflexão, de concretização de sonhos, por se acreditar que somente a arte, (como tantos pensadores já disseram, sob as mais variadas perspectivas), somente os signos artísticos possuem a rara característica de afetar o outro. Uma vez afetados, profundamente, deixamos de ser o que somos para olhar novos horizontes. Aqueles nunca antes sonhados ou imaginados. Mas qual seria o ponto de unidade desta coletânea? Cremos que o mais importante: o teatro não pode e não deve se submeter exclusivamente à palavra. O teatro transforma as palavras em imagens! E faz parte essencial da linguagem teatral, (eis um ponto forte de Artaud), os silêncios e os intervalos. Como muitos já afirmaram: nada mais importante que os silêncios. O silêncio fala. Imagina. Transporta. Todo silêncio comporta um grau muito grande de ruídos. Os recônditos. Subterrâneos. Aqueles tão necessários para que possamos olhar de frente para nossas interioridades. E como tal sermos, realmente, afetados.
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Século XXI e as diversas linguagens que nos permeiam ainda não foram suficientemente discutidas em suas respectivas esferas. Nas suas atmosferas mais significativas e específicas. Em outras palavras: ainda há muitos resquícios de incompreensão face ao papel e objetivos de cada linguagem. Precisamos lembrar, acima de qualquer coisa, que cada linguagem possui suas limitações, assim como suas possibilidades. Todas as linguagens, isto é, a musical, a do cinema, a teatral e tantas outras que nos rodeiam deveriam ser consideradas sem hierarquia. Ressaltamos que todas as linguagens possuem um certo grau de débito em relação aos signos que as representam. Não existe linguagem perfeita e, muito menos, uma linguagem que consiga representar totalmente o seu objeto. Por isso conceitualmente uma linguagem representa, por si mesma, e não é a própria coisa. Mas aqui vem o papel da artes. Poucos se lembram disso. As artes, todas elas, possuem a enorme responsabilidade de suprir o débito existente entre o objeto e sua representação. Para que existe a poesia? A poesia existe para tornar aquilo que o poeta viu e sentiu mais próximo de nós. Por isso o poeta inventa novas formas. Novas estruturas. Uma luta desesperada para nos tornar mais próximos. Não existe arte, nenhuma delas, sem poesia. A linguagem teatral, como tão bem lembra Artaud, não deveria se submeter à habitual tirania da linguagem verbal. O teatro deve ter sua própria linguagem. Não basta pegar um texto verbal e imaginá-lo na linguagem teatral. A linguagem teatral exige o seu lugar no mundo das representações sígnicas. Eis uma das grandes questões em se tratando desta linguagem. Nessa medida, os textos desta coletânea buscam mostrar o grande sonho de Artaud, ou seja, tratar a linguagem teatral como tal. Veremos ao longo da leitura desta obra que existem projetos concretos de intervenção, de reflexão, de concretização de sonhos, por se acreditar que somente a arte, (como tantos pensadores já disseram, sob as mais variadas perspectivas), somente os signos artísticos possuem a rara característica de afetar o outro. Uma vez afetados, profundamente, deixamos de ser o que somos para olhar novos horizontes. Aqueles nunca antes sonhados ou imaginados. Mas qual seria o ponto de unidade desta coletânea? Cremos que o mais importante: o teatro não pode e não deve se submeter exclusivamente à palavra. O teatro transforma as palavras em imagens! E faz parte essencial da linguagem teatral, (eis um ponto forte de Artaud), os silêncios e os intervalos. Como muitos já afirmaram: nada mais importante que os silêncios. O silêncio fala. Imagina. Transporta. Todo silêncio comporta um grau muito grande de ruídos. Os recônditos. Subterrâneos. Aqueles tão necessários para que possamos olhar de frente para nossas interioridades. E como tal sermos, realmente, afetados.
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Século XXI e as diversas linguagens que nos permeiam ainda não foram suficientemente discutidas em suas respectivas esferas. Nas suas atmosferas mais significativas e específicas. Em outras palavras: ainda há muitos resquícios de incompreensão face ao papel e objetivos de cada linguagem. Precisamos lembrar, acima de qualquer coisa, que cada linguagem possui suas limitações, assim como suas possibilidades. Todas as linguagens, isto é, a musical, a do cinema, a teatral e tantas outras que nos rodeiam deveriam ser consideradas sem hierarquia. Ressaltamos que todas as linguagens possuem um certo grau de débito em relação aos signos que as representam. Não existe linguagem perfeita e, muito menos, uma linguagem que consiga representar totalmente o seu objeto. Por isso conceitualmente uma linguagem representa, por si mesma, e não é a própria coisa. Mas aqui vem o papel da artes. Poucos se lembram disso. As artes, todas elas, possuem a enorme responsabilidade de suprir o débito existente entre o objeto e sua representação. Para que existe a poesia? A poesia existe para tornar aquilo que o poeta viu e sentiu mais próximo de nós. Por isso o poeta inventa novas formas. Novas estruturas. Uma luta desesperada para nos tornar mais próximos. Não existe arte, nenhuma delas, sem poesia. A linguagem teatral, como tão bem lembra Artaud, não deveria se submeter à habitual tirania da linguagem verbal. O teatro deve ter sua própria linguagem. Não basta pegar um texto verbal e imaginá-lo na linguagem teatral. A linguagem teatral exige o seu lugar no mundo das representações sígnicas. Eis uma das grandes questões em se tratando desta linguagem. Nessa medida, os textos desta coletânea buscam mostrar o grande sonho de Artaud, ou seja, tratar a linguagem teatral como tal. Veremos ao longo da leitura desta obra que existem projetos concretos de intervenção, de reflexão, de concretização de sonhos, por se acreditar que somente a arte, (como tantos pensadores já disseram, sob as mais variadas perspectivas), somente os signos artísticos possuem a rara característica de afetar o outro. Uma vez afetados, profundamente, deixamos de ser o que somos para olhar novos horizontes. Aqueles nunca antes sonhados ou imaginados. Mas qual seria o ponto de unidade desta coletânea? Cremos que o mais importante: o teatro não pode e não deve se submeter exclusivamente à palavra. O teatro transforma as palavras em imagens! E faz parte essencial da linguagem teatral, (eis um ponto forte de Artaud), os silêncios e os intervalos. Como muitos já afirmaram: nada mais importante que os silêncios. O silêncio fala. Imagina. Transporta. Todo silêncio comporta um grau muito grande de ruídos. Os recônditos. Subterrâneos. Aqueles tão necessários para que possamos olhar de frente para nossas interioridades. E como tal sermos, realmente, afetados.

Product Details

ISBN-13: 9788594850508
Publisher: BT Acadêmica
Publication date: 03/28/2018
Sold by: Bookwire
Format: eBook
Pages: 166
File size: 5 MB
Language: Portuguese

About the Author

Carminda Mendes André Pesquisadora de arte contemporânea em espaços públicos e possíveis interfaces com o ensino das artes em espaços formais e não formais. Bacharel em Teatro pela Universidade de São Paulo (1989), Mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1997), Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (2007); Pós-Doutora pelo Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (2010). Pesquisadora e Docente do Programa de Pós Graduação em Arte do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – UNESP. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Performatividades e Pedagogias Cnpq. Coordenadora da Instituição Promotora do DINTER entre UNESP e UFT. Ana Maria Haddad Baptista Mestra e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Pós-doutoramento em História da Ciência pela Universidade de Lisboa e PUC/SP, onde se aposentou. Autora e organizadora de dezenas de livros. Atualmente é pesquisadora e professora da Universidade Nove de Julho nos programas stricto sensu em Educação. Colunista mensal das revistas impressas Filosofia e Visão Jurídica da editora Escala de São Paulo.
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