Entre os protagonistas dos movimentos revolucionários de 1848, em Lecce, Itália, havia também Gennaro Simini, um culto médico de cristalinas simpatias políticas de independência italiana divulgada por Giuseppe Mazzini. Perseguido pelo regime Bourbon, o patriota italiano consegue refúgio primeiramente em Corfú e depois em Scutari, na Albânia otomana. Sempre em contato com seus fiéis companheiros, e com o mesmo Mazzini, em um ambiente completamente hostil, mas graças ao seu rigor profissional e sua escaldante característica humanitária consegue conquistar um patamar social e político de muita evidência. Alcançada a tão sonhada unificação da Itália, tem a oportunidade de retornar à pátria e ocupar cargos de muito prestígio no recém-nascido reino da Itália, oferecidos diretamente pelo próprio Rei Vitor Emanuel II. Prefere, contudo, permanecer em sua segunda pátria que deseja ser libertada do jugo turco, fazendo uma escolha que, mesmo compreensível pelos cânones de uma cultura política dominada pela figura do herói dos dois mundos, Giuseppe Garibaldi, não deixa, todavia, de suscitar perplexidade ao leitor contemporâneo. Mas, talvez, como sustenta Franco Cardini, em seu prefácio desta mesma obra escrita no original, não seria errado ler os acontecimentos deste patriota da metade do século dezenove como um romance de aventura...
